terça-feira, 14 de agosto de 2012


Nada pode ser maior

        A história já colocava o clube entre os grandes, mas foi nos anos 80 o momento em que o Grêmio definitivamente selou seu nome entre os maiores do Brasil e do mundo. Uma das fases mais vitoriosas de sua vida esportiva começou com a primeira grande conquista nacional, o Campeonato Brasileiro de 1981, derrotando o poderoso São Paulo em sua casa, com um golaço de Baltazar, o “Artilheiro de Deus”.
        Em 1983, o Tricolor trilhou os caminhos tortuosos da América em busca de sua consagração internacional. Entre os adversários batidos na disputa da Taça Libertadores estava o Flamengo de Zico, Bi-campeão brasileiro. Mas foi contra os argentinos do Estudiantes que sua alma castelhana e guerreira marcou história. O Grêmio encarou a sangrenta “Batalha de La Plata”, e, correndo risco de morte numa verdadeira guerra contra jogadores, policiais e torcedores, garantiu o empate na casa adversária e a passagem para as finais.
        O último a ser batido era o Penharol, que trazia os títulos de Campeão da América e do Mundo em 1982. Em Montevidéu, um empate manteve as chances iguais para a final. Em Porto Alegre, saiu em vantagem no primeiro tempo, mas cedeu o empate no segundo. Os uruguaios já ameaçavam a virada quando, Renato Portallupi, em um lance genial levantou a bola com um balãozinho em direção à área, para César cabecear para as redes. Enquanto o Olímpico estremecia, El capitán Tricolor, o uruguaio De León, levantou a taça banhado em sangue, como um guerrilheiro.
        Depois da grande festa, o Grêmio passou a se preparar para o jogo mais importante de sua história. No final do ano, o adversário seria o Hamburgo, em Tóquio. O Campeão Europeu, que havia vencido a grande Juventus do craque Platini, era base da Seleção Alemã, Bicampeão do país e chegou arrogante a Tóquio, com pose de favorito.
        O jogo começou tenso, com muitos erros nos passes, e o gramado seco dificultava o toque de bola, da maior qualidade técnica gremista. Aos 37 minutos, Renato recebeu a bola na direita, driblou a marcação e chutou cruzado, marcando um golaço. Dali até o fim do tempo regulamentar o nervosismo e a tensão aumentavam. E foi a 5 min. do fim, no único momento que Renato esteve fora (com câimbras), que Schröeder, seu marcador, foi ao ataque e numa bola levantada na área, conseguiu empurrar para as redes. Eram 40 minutos do segundo tempo. Mas logo aos 3 minutos da prorrogação, novamente brilhou a estrela de Renato (que se tornava ali o maior ídolo da história do clube). Ele recebeu na área cruzamento vindo da esquerda, dominou com o pé direito, driblou a marcação e chutou com a outra perna, no canto do goleiro Stein. Grêmio 2x1, Grêmio Campeão Mundial! A Terra era azul!
        No caminho de volta, ainda houve fôlego para conquistar a Copa Los Angeles, nos EUA, sobre o América do México. A chegada do Grêmio a Porto Alegre inaugurou a comemoração de títulos em caminhão de bombeiro. Os jogadores foram transportados até o Estádio Olímpico, o ponto de encontro. As ruas de Porto Alegre foram palco da festa da maior conquista de um clube gaúcho. Nada pode ser maior!
        Ainda naquela década, o Tricolor venceu alguns dos mais prestigiados torneios internacionais na Europa, e garantiu seu segundo Hexacampeonato Gaúcho, numa sequência iniciada em 1985. A década dourada encerrou com chave de ouro, com a conquista invicta da 1ª Copa do Brasil, em 1989, e do Supercampeonato Brasileiro, em 1990, onde superou o Campeão Brasileiro, Vasco da Gama

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